domingo, dezembro 19, 2010

Visão e Motivação

Visão

Visão sem ação é um sonho acordado, Ação sem visão é um pesadelo. (Provérbio japonês)

“Através dos séculos existiram homens que deram o primeiro passo ao longo de novos caminhos, sem outros recursos além de sua própria visão”. (Ayn Rand)


A visão é uma projeção mental de algo idealizado e orienta para uma meta de longo prazo criando um compromisso de atingir o propósito idealizado. Kanter, Peter e Waterman concluíram que os lideres que oferecem uma visão clara, coerente e sustentada tem elevada base de poder para conduzirem os destinos da empresa.


Alguns exemplos de conceituação da visão empresarial (Oliveira, 1999):


• “Articulações das aspirações de uma empresa a respeito de seu futuro” (Hart)


• “Algo que se vislumbre para o futuro desejado da empresa”. (Quigley)


A visão representa, como numa projeção holográfica, intenções assertivas e factíveis na busca por algo de valor; de resultados auspiciosos de progresso, lucro, vantagens, melhorias, onde a situação futura almejada seja melhor que a presente. É um propósito ou alvo desejado e perseguido pela entidade visando uma situação melhor.


Embora que as definições acima sejam voltadas para o âmbito empresarial, ela se aplica a qualquer campo da atividade humana.



Motivação


“Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer e o poder lhe será dado”. (Lair Ribeiro)


As ações são manifestações de atitudes, sendo através destas que o ser humano interage e constrói o mundo a sua volta, alterando a realidade. Difícil configurar todas as modalidades de ações, posto que se tenham grupos diferentes delas para cada intenção. Por exemplo, se a intenção é ajudar o próximo, pode-se dar uma esmola, prestar um favor ou realizar um trabalho comunitário, desta forma para a motivação - “ajudar o próximo” - tem-se três opções de ações diferentes.


A intenção precede a ação, pois nada se realiza se não houver uma motivação – uma predisposição.


As necessidades, interesses e desejos sempre foram os guias subjacentes das atitudes humanas, eles que determinam as variadas formas e intensidade da motivação, está neles toda a origem das intenções. Assim se forma a cadeia que determina as atitudes e, consequentemente as ações, o que justifica ser a motivação um elemento intrínseco do ser humano.


Dentre as formas de poder está o poder de fazer, sendo que a força motriz deste poder é a vontade. “...Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e perseverança” (A. Einstein)


Dos três vetores componentes da competência humana, o vetor central é o da atitude, sendo os dois outros – o conhecimento e a habilidade - secundários, posto que buscá-los e desenvolvê-los depende de nossa vontade, sendo a atitude a condição seminal. Para se ter o conhecimento e técnica há que se ter a vontade e determinação.


A pirâmide motivacional de A. Maslow com a escala de necessidades humanas ajuda a entender o porquê das atitudes diferenciadas, pois não existe dois seres humanos com a mesma quantidade ou intensidade de necessidades.


Ele classificou as necessidades em cinco níveis, a saber:


- Necessidades fisiológicas - sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie (abrigo, alimentação, repouso, etc.)


- Necessidades de segurança -: busca de proteção contra a ameaça ou privação, ao perigo e à preservação da vida.


- Necessidades sociais - associação, participação, aceitação por parte dos companheiros, troca de amizade, afeto, amor...


- Necessidade de estima - auto-apreciação, autoconfiança, aprovação social, respeito, status, prestígio, consideração e reconhecimento, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia.


- Necessidade de auto-realização - realização do próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.


Quando satisfeitas as necessidades de um patamar apresentam-se as do nível imediatamente superior, dai passamos espontaneamente a ter novas pretensões e assim sucessivamente até o topo da pirâmide. Porém isto não ocorre para todos os indivíduos e sim para aqueles dispostos a crescer nas mais diversas dimensões (cultural, social, financeira, intelectual, etc.).


Desconsiderando certas patologias psíquicas (por ex.: as compulsões) somos instados por razões diversas, sendo a raiz destes motivos a necessidade ou desejo pessoal que cada um precisa atender ou satisfazer. Assim, se estamos saciados paramos de comer, se somos abastados não buscamos freneticamente os ganhos, lucros, etc.


E onde entra a visão? A visão é a meta da aquisição, porém por si só, não é motivadora. A visão estabelece limites, prazos, quantidades, características, mas se não há motivação, torna-se uma miragem.


28/11/2010